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A despedida da Batgirl – Yvonne Craig (1937-2015)

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Já é notícia e você já deve ter lido em algum lugar: faleceu a atriz Yvonne Craig, aos 78 anos. Ela foi a Batgirl, ou Batmoça, na série “Batman” dos anos 60. Aquele estrelado por Adam West e que marcou várias gerações. Sucumbiu ante um câncer de mama que causou metástases no fígado. Estava cercada pela família em sua casa de Pacific Palisades, estado americano da Califórnia.

Talvez o pessoal que acompanha o hype de super-heróis no cinema não saiba quem é. Muitos não devem ter assistido àquela série que fez tanto sucesso e gerou um longa em 1966. E quem vê, dá risada por conta dos efeitos visuais datados e do estilo exagerado. Mal sabem que milhões de pessoas tiveram seu primeiro contato com o homem-morcego, e a Batgirl, naqueles anos. Ou até depois. No Brasil, por exemplo, o programa foi exibido na tevê aberta até os anos 80. Época em que eu era criança – -e preciso ressaltar que foram anos em que filmes e séries de dez, quinze ou vinte anos antes ainda podiam ser vistos como “novidade” no Brasil. E quando vi pela primeira vez diversos heróis nas telinhas.

Havia um encantamento. As histórias eram mais ingênuas, digamos. Porém eram divertidas. Tinham boas sacadas. Atores e atrizes eram charmosos. E para um garoto apaixonado por quadrinhos era a vitória poder conferir seus personagens preferidos ganhando vida em carne e osso nas telas. Se Adam West tinha uma barriguinha de chope que não lhe dava tanta credibilidade como super-herói, o mesmo não pode ser dito sobre as personagens femininas que apareciam nos episódios: Mulher-Gato era interpretada por ninguém menos que Julie Newmar. Elegância em pessoa, linda, sedutora e charmosa, a Catwoman definitiva. Michelle Pfeiffer e Anne Hathaway encarnariam a personagem anos depois de maneira competente, sem alcançar a classe de sua antecessora. E Yvonne Craig fazia Bárbara Gordom, a Batgirl.

Oriunda de uma época em que o padrão de beleza não era o quase “pele e osso” atual, Craig tinha uma presença hipnotizante. Uma heroína adorada pelos telespectadores. A primeira e definitiva versão da Batmoça – Alicia Silverstone, de “Batman & Robin” (1997) não conta. Período em que mulheres se imortalizaram na televisão: Genie, Feiticeira, algum tempo depois a Mulher-Maravilha de Lynda Carter. E que as histórias não precisavam ser “verossímeis” como se tornou padrão em filmes de super-heróis recentes. Ser nerd, ou geek, também não era obrigação. Gostava-se desses programas, desses heróis, e pronto. Coisas que parecem difíceis de acontecer hoje. Talvez por que vivemos em um mundo mais cínico e que não admite certa fantasia e leveza. Talvez por que tudo soe tão passageiro que fica difícil criarmos algum tipo de laço afetivo com algum personagem, atriz ou ator.

Por isso há quem sinta a partida de Yvonne Craig tão fortemente. E há quem sentirá quando Julie Newmar, Adam West e Burt Ward forem embora.

Vale lembrar: Craig atuou em filmes com Elvis – “Loiras, morenas e ruivas” e “Com Caipira Não se Brinca” e em outras séries, a exemplo da terceira temporada de “Star Trek”. Será sempre lembrada como a parceira de Batman no combate ao crime.


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